"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir." (Martinho Lutero)
O MINISTRO DE LOUVOR E ADORAÇÃO
Artigo do Pastor Guilherme sobre o Ministro de Louvor e Adoração
O MINISTRO DE ADORAÇÃO E LOUVOR
1. QUEM O MINISTRO DE LOUVOR E ADORAÇÃO NÃO É
· O Ministro de louvor e adoração não é um profissional da música, mas sim um ministro: A música como ministério tem suas raízes com os levitas do Antigo Testamento que foram escolhidos por Deus para ministrar no templo. Quando Davi se referiu a eles disse: “porque o Senhor os elegeu, para levarem a arca de Deus e o servirem para sempre” (1 Crônicas 15:2). Essa conscientização de chamado é traduzida para o Novo Testamento não mais para os levitas mas sim para todos os ministros de Deus. A convicção de chamada ao ministério deve ser o primeiro elemento formativo de um Ministro;
- O Ministro de louvor e adoração não é responsável apenas pela música mas sim pela adoração:Cabe a ele a condução das pessoas à adoração e transformação da música em um instrumento de louvor. Não são raros em nossas Igrejas os casos em que pessoas com testemunho duvidoso e até mesmo sem compromisso com a Igreja sejam admiradas pela sua excelente voz ou virtuosidade em algum instrumento musical. Assim sendo o Ministro tem como principal finalidade a de resgatar a visão da adoração bíblica que também se revela através da música;
- O Ministro de louvor e adoração não é apenas um músico por excelência mas sim um administrador e capacitador: Não se espera que ele saiba tocar todos os instrumentos musicais ou que tenha a voz mais bonita do mundo. Também não se exige dele que reja e ensaie todos os coros e grupos musicais e que conduza a Igreja em todos os cultos. O que se espera é que tenha a visão de administrar os talentos musicais da Igreja, descobrindo, inclusive, os novos talentos e integrando os novos crentes à adoração.
- O Ministro de louvor e adoração não serve apenas à área musical mas sim à toda a Igreja: Ele não há de trabalhar apenas com os musicistas, Coros ou instrumentistas mas sim com toda a Igreja, promovendo a adoração, ajudando o pastor nas ênfases doutrinárias e evangelísticas e suprindo carências espirituais na Igreja. Sua ação abrange aconselhamento, visitação e ensino.
2. QUEM É O MINISTRO DE LOUVOR E ADORAÇÃO?
- É um crente em Cristo Jesus: deve ter abandonado a vida velha e ter novidade de vida em Cristo Jesus (2 Coríntios 5:17). Não pode carregar consigo para o ministério as características próprias do velho homem (Efésios 4:22) como a mentira, ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena (Colossenses 3:8 e 9) e outros. Se espera que dê testemunho para os demais crentes e que dirigido pelo Espírito Santo de Deus manifeste “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5:22 e 23).
- É um vocacionado para o ministério cristão: ele precisa ter consciência de seu chamado para esse ministério e o ter atendido, deixando sua carreira secular e se preparando no Seminário, a fim de enxergar a música como um ministério, estudar as principais disciplinas teológicas e assim se capacitar para fazer a ponte entre música e doutrina e também ver a Igreja como um todo e não fragmentadamente a partir apenas da área musical. A Igreja deve manifestar esse chamado reconhecendo o escolher de Deus sobre aquela vida.
- É submisso à autoridade pastoral: O Ministro de louvor e adoração precisa reconhecer a autoridade pastoral e se submeter à visão e estilo que o pastor da Igreja tem para dirigir o rebanho. Hebreus 13:17a é um texto chave nesse relacionamento entre pastor e Ministro – “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles.” Ele sempre será sujeito ao pastor da Igreja e trabalhará para somar com o ministério.
- Tem valores na área musical: é esperado que ele tenha conhecimentos musicais suficientes para desenvolver o ministério na Igreja. Isso significa tanto o conhecimento técnico na área da música como a qualidade de ensinar, desenvolvendo a regência e outros elementos fundamentais para os membros da Igreja, quer em culto, quer em estudo.
- Tem visão Ministerial: Ele precisa ser uma pessoa de visão ministerial e isso significa que enxergará todos os talentos musicais e artísticos como espirituais. Nessa visão buscará a atualização para entender que tendências, estilos e realidade musical da atualidade podem abençoar a Igreja. Buscará discernimento espiritual para atingir os membros da Igreja fazendo dos artistas cristãos servos comprometidos com Cristo e conscientes de seu papel na área da adoração.
- Sabe trabalhar com pessoas: Sua atenção principal está nas pessoas pois sem elas não se faz música na Igreja. Precisa ser amável, saber valorizar as pessoas e incentivá-las mas também ter a sabedoria para orientá-las e até mesmo, se necessário, corrigi-las com a Palavra de Deus.
Depois de falarmos sobre o Ministro é bom também entendermos o papel da Igreja nesse processo. Ele precisa ser sensível à Igreja mas ela também precisa ser sensível a ele. Pensando no papel da Igreja em relação ao Ministro de louvor e adoração vamos levantar alguns dos principais problemas encontrados nessa dinâmica e também algumas soluções:
- Uma Igreja fechada a novas idéias: muitas vezes o Ministro encontra uma Igreja que se compara ao solo pedregoso citado por Jesus em Lucas 8:6 – “Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade.” Existem idéias que são muito boas e merecem ser pelo menos ouvidas. Existem outras que são excelentes e devem ser implementadas. O famoso discurso “aqui isso não funciona” é ouvido muitas e muitas vezes pelo Ministro de louvor e adoração e com certeza isso gera fadiga e desânimo.
- Falta de respeito e amor: O Ministro de louvor e adoração deve ser respeitado e amado como um servo de Deus. Com certeza ele terá falhas como os pastores e demais membros da Igreja têm. Ainda assim merece o respeito e amor e devem ser ouvidos e considerados em sua liderança.
- Ciúmes: esse item está relacionado diretamente ao anterior. As pessoas ligadas à musica em geral são mais sensíveis pois a música exige delas uma maneira mais emocional de lidar com a vida. E nessa sensibilidade são aflorados sentimentos e posturas que muitas vezes acabam prejudicando o relacionamento com o Ministro, entre eles o ciúme. Ele é tão prejudicial que a bíblia em 1 Coríntios 3:3 diz: “Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem
- Críticas exageradas e incoerentes: Alguns Ministros recebem críticas um tanto quanto exageradas e incoerentes. Exageradas porque fogem do seu controle e incoerentes porque dependem muito do estado de espírito de seus liderados. Se ele rege sempre é criticado pois não dá oportunidade a outros; se coloca outros para reger está fugindo de sua responsabilidade. Se pede ajuda de outros e compartilha o ministério está abusando da boa vontade alheia; se não o faz é centralizador e egoísta. Se insere novas músicas é criticado porque a congregação não as conhece; se coloca músicas conhecidas então é criticado porque não atualiza o repertório. Se usa hinos é criticado pelos que preferem cânticos; se usa cânticos é criticado pelos que preferem hinos. Críticas assim fazem com que o Ministro se sinta inseguro e demonstram claramente a resistência da Igreja. Somam-se á lista críticas quanto à regência, voz e até aparência física. Nenhum Ministro é isento de críticas mas a Igreja pode ser mais madura e também sensível, deixando de lado o exagero e a incoerência.
- Exigências que fogem ao papel do ministro: também é comum exigir-se do Ministro o que foge à sua alçada. Agradar a todos é uma das exigências impossíveis. Escolher um repertório fácil e bonito e que seja aceito por todos é outra exigência impossível. Levar todos à participação é exigência muito severa: sempre haverá alguém que não vai cantar, não vai sorrir e nem se envolver com o culto. Não poderemos exigir do Ministro de louvor e adoração que consiga mudar o coração daqueles que tão interessados em suas preferências se esquecem da coletividade do Corpo de Cristo.
Com certeza existem muitos outros temas relacionados ao Ministério de louvor e adoração mas esses nos ajudam a olhar para essa área ministerial com olhos mais conscientes não apenas do papel do ministro mas também do nosso como Igreja de Jesus Cristo.
Guilherme de Amorim Ávilla Gimenez
Pastor Titular da Igreja Batista Betel
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